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Resenha do livro: Os condenados da terra - Frantz Fanon

  • Foto do escritor: Blog Pibid
    Blog Pibid
  • 20 de dez. de 2020
  • 4 min de leitura

Lape II - O Ensino De História Da África

Docente: Alessandra Carvalho Da Cruz

Discente: Tiago De Melo Costa Santos

Resenha do livro: Os condenados da terra - Frantz Fanon



RESENHA


Na obra Frantz Fanon trata dos processos envolvidos na descolonização que ocorria na África no período, da (Frantz Fanon (1925-1961), foi ao mesmo tempo psiquiatra, ensaísta e militante político ao lado da Frente de Libertação Nacional da Argélia (FLN), com a qual compartilhava a causa independentista, Frantz Fanon nasceu na ilha caribenha Martinica em 25 de julho de 1925. Morreu nos Estados Unidos, de leucemia, em 6 de dezembro de 1961. Tinha 36 anos. Em sua curta vida, já havia sido protagonista de duas guerras, militado no Caribe, na Europa e no norte da África, desde a morte de Fanon, no final de 1961, seu pensamento teve uma vida extraordinária, alcançando desde o turbilhão da revolução argelina até as prisões estadunidenses, passando pelas banlieues francesas e pelas favelas brasileiras e além. Ao ser diagnosticado com leucemia percebe que mediante aos estágios que a medicina se encontrava nesta época, que lhe resta pouco tempo de vida.

Fanon escreveu essa obra ciente de que estava condenado por um mal incurável. Esse é o último livro do autor. Inicia a produção rapidamente do que sabidamente seria o seu último livro, alterando o curso da escrita de forma a sintetizar seus acúmulos teóricos antes que seu tempo esgote. É neste contexto, que será escrito em questão de meses Os Condenados da Terra. Enquanto escrevia o livro e revisava os trechos, chegou a voar para Itália a fim de encontrar Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir, para encomendar a Sartre o Prefácio do seu livro. Ele escreveu Os Condenados da Terra em 1961.


É explanada de uma forma bem compreensível e estruturada a formação da estrutura colonial, a supressão da cultura local, como ocorreu um desmonte das estruturas sociais como um todo, as estruturas religiosas, a economia local, em prol de um pequeno núcleo que representava a "metrópole" colonizadora.

O mundo colonizado é um mundo cindido em dois. A linha divisória, a fronteira, é indicada pelos quartéis e delegacias de polícia. Pag. 28

A formação do núcleo administratrivo-juridico colonial, ajudou a enveredar, de uma forma sistemática, o deterioramento da sociedade local. Os mecanismos jurídicos implantados, desintegrou toda a identicidade e condição sociocultural. Era imposta uma grande opressão e exploração sobre a população local, os condenados da terra.


essa obra consiste em denunciar a violência da colonização, e que ilustra, de certa forma, a descolonização como um processo violento também, pois ambos são projetos dos colonos, e se um se deu pela via violenta, o outro não pode ocorrer sem esse recurso político.


inserido em uma família de pequenos burgueses abastada, experimentando um contexto de velha colônia que ainda não questionava o processo de escravismo. Ainda jovem se engajou nas forças gaullistas, no proclamado batalhão V, que reunia os voluntários do Caribe. Esse processo lhe proporcionou conhecer e experimentar a cultura da resistência, mas na mesma medida, é onde ele sentirá na pele os efeitos violentos do racismo banal e cotidiano. Ao regressar para a Martinica finaliza os estudos secundários, e logo em seguida, se encaminha para a França para cursar medicina em Lyon. Sob influência da filosofia, antropologia e teatro, rapidamente escolheu a especialização em psiquiatria.

um panorama político, histórico, observa e analisa a organização do trabalho, assim como elenca as respostas dadas pelos colonos e colonizados à colonização e descolonização da Argélia e da África. O autor apoia-se no marxismo para analisar a realidade colonial e de descolonização e a sua divisão racial. O livro é dividido em cinco capítulos.

Para Fanon o processo de colonização foi um processo violento, e, portanto, a descolonização, por ser um projeto dos colonos também. Por isso, a descolonização é sempre um fenômeno violento. O caráter da descolonização presume a necessidade dos estabelecimentos de seres humanos novos, substituição completa. Desta forma, essa transformação necessita da transformação da consciência da população colonizada. O mundo colonial se funda na lógica de que um ser humano será¡ dominador (branco que se intitulou de homem universal) e outro ser dominado (os indígenas os outros construídos pelo homem universal), a principal característica é a fome, pois os outros, os indígenas, os negros, nesse processo serão inseridos em um logica de fome estrutural, e os homens universais-colonos são inseridos na sociedade, usufruindo do trabalho e dos luxos produzidos pelos colonizados. Os colonizados são marginalizados, inseridos na miséria da existência humana, subumanos ou então inumanos. Uma vida cotidiana inteiramente inserida em processos violentos. A violência vai do campo de trabalho até a consciência dos colonizados.

O que o colono branco, europeu e que se colocou como o homem universal, destinado a dominar o mundo não percebe é que nas terras colonizadas ele sempre será o estranho, o outro, o epicentro da violência, e que deve ser combatido com a mesma intensidade de violência, deve ser abatido, não se trata de uma relação de bem x mal, pelo contrário, trata-se de relações sociais, econômicas, políticas e culturais de poder e dominação. É necessário que se tenha um processo de transformação. Os países subdesenvolvidos, subdesenvolvimento causado pelas antigas metrópoles. Observa-se que essa realidade só vai se alterar quando o colonizado acessa, conscientemente, a perspectiva de uma ação política, um real movimento de liberdade, que entenda que o processo violento é um processo libertador.

A violência é colocada em prática cotidianamente contra a população que foi colonizada, e no processo de descolonização essa violência ganha uma outra roupagem, estabelece outros meios institucionais, mas a figura central da violência continua a mesma, a polícia, o policial, o Estado é a violência contra a população.


Tiago de Melo Costa Santos


Referencias:







 
 
 

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